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No momento, ninguém parece disposto a assumir novos riscos. Os investidores optaram por realizar lucros antes da reunião do FOMC, o que levou o S&P 500 a recuar e a se afastar de suas máximas históricas. É amplamente esperado que o banco central dos EUA reduza a taxa dos fundos federais em 25 pontos-base, para 3,75%. No entanto, para conter as críticas a essa decisão, Jerome Powell provavelmente adotará um tom mais hawkish. Qualquer sinal que indique uma pausa no ciclo de afrouxamento monetário pode desencadear uma correção no amplo índice de ações.
O S&P 500 retomou o viés de alta após a queda observada do fim de outubro ao início de novembro, impulsionado pelas expectativas de flexibilização da política monetária pelo Fed em dezembro, o que ajudou a aliviar os temores de uma bolha no setor de tecnologia. De acordo com a Yardeni Research, os setores de tecnologia da informação e serviços de comunicação já respondem por impressionantes 45% do índice. Enquanto isso, segundo analistas de Wall Street, os lucros das empresas devem continuar crescendo ao longo de 2026.
Previsões de lucros para o S&P 500 e setores individuais
A Yardeni Research recomenda reduzir a exposição às ações das "Magnificent Seven" e diversificar os portfólios em favor de outros ativos. A inteligência artificial está transformando praticamente todas as empresas em empresas de tecnologia. De fato, a IA vem impulsionando a produtividade e as receitas em diversos setores do S&P 500, enquanto os gigantes da tecnologia podem não conseguir recuperar totalmente seus investimentos colossais em novos desenvolvimentos.
Já a Oppenheimer Asset Management projeta que o S&P 500 deve avançar cerca de 18% no próximo ano, alcançando o nível de 8.100 pontos, em um cenário de estabilização do crescimento econômico e de afrouxamento da política monetária pelo Fed. Essa é atualmente a previsão mais otimista de Wall Street. Ainda assim, a confiança na força da economia americana, em parte sustentada pelo chamado "Grande e Belo Projeto" de Donald Trump, fornece uma base para esse otimismo. Nesse contexto, tanto o consumo quanto os lucros corporativos seguem em trajetória de crescimento.
Dinâmica dos índices de ações dos EUA
Os mercados continuam a apostar em uma aceleração do ciclo de afrouxamento monetário do Fed sob a nova presidência, que provavelmente ficará a cargo de Kevin Hassett. Ele tem criticado a forma como o banco central projeta a trajetória futura da taxa dos Fed Funds, argumentando que seu comportamento depende essencialmente dos dados, o que tornaria projeções com horizonte de seis meses pouco relevantes. A atuação de Hassett como uma espécie de "presidente-sombra" do Federal Reserve levanta dúvidas sobre até que ponto o mercado continuará a dar peso às declarações do atual chefe do regulador, Jerome Powell.
Os mercados esperam que ele adote uma retórica mais hawkish como forma de equilibrar a posição dos membros mais conservadores após o corte da taxa em dezembro. Em teoria, isso deveria pressionar os índices de ações. No entanto, os investidores já se acostumaram a comprar nas quedas sempre que surge a menor oportunidade.
Do ponto de vista técnico, o gráfico diário do S&P 500 formou uma vela doji com longa sombra superior, padrão que pode sinalizar o início de um movimento corretivo. Ainda assim, recuos a partir dos níveis de suporte em 6,805, 6,770 e 6,750 tendem a ser vistos como oportunidades de compra.